O Projeto Jovem Maçom nasceu da iniciativa do Irmão Gabriel Mello, conhecido no meio da galerinha como “Pudim”, em querer compartilhar suas experiências e anseios sobre a Maçonaria, por justamente ser muito jovem (23 anos) e já fazer parte da fraternidade. O projeto ganhou forma e ele decidiu contar com outros escritores para falar sobre o tema. Eu fui um deles, e segue agora o meu primeiro texto para o blog:
A Maçonaria, como muitos sabem, é uma ordem iniciática que ensina moralidade e filosofia através de símbolos e alegorias. Então, um forte apelo aos novos candidatos é a tradição. Segundo o dicionário Michaelis, Tradição é a “transmissão oral de feitos, lendas, ritos, costumes etc. feita no decorrer dos tempos, de geração em geração.“.
Mesmo sendo um dos atributos fundamentais da Ordem, esse também é o grande motivo dos chamados “choques de geração” que possuímos dentro da fraternidade. Por quê? Porque confundimos crenças pessoais com tradição, muitas vezes nomeando essas práticas como “usos e costumes”.
Ainda na seara de conceituar a maçonaria, podemos afirmar que a mesma é uma sociedade dentro da sociedade, ou seja, importamos o comportamento social para nossa instituição, e, por mais que preguemos o aperfeiçoamento moral, acabamos importando, também, seus vícios. O exemplo que utilizarei aqui é a crença no respeito a pessoas de mais idade. Quantas vezes não escutamos isso de nossos pais e parentes no geral? Mas devemos aceitar tudo que nos é dito sem o menor filtro, apenas por o interlocutor ser mais velho? A resposta é não, principalmente nos dias de hoje em que a informação está disponível a um clique. Talvez, no passado, fosse aceitável receber uma informação sem ao menos contestá-la, mas não é o caso dos tempos atuais, e não, contestar a uma pessoa mais velha não é mais falta de respeito. Infelizmente, nem sempre, na maçonaria, há esse entendimento, e, muita vezes, a ignorância está transvestida de títulos e por tempo de fraternidade.
Acontece que o jovem maçom não aceita respostas simples para perguntas complexas, e muito menos sob a alcunha de “usos e costumes” como argumento de autoridade. Então aquele “porque é assim” cai em desuso e entra em campo a pesquisa, que, se bem fundamentada, trará benefícios a todos os maçons, independente da idade.