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História da Maçonaria no Brasil

Um Passeio pela História da Maçonaria no Brasil (Parte 1)

Muito se fala da Maçonaria pelo mundo. Feitos históricos, influencias, revoluções, liberdade, igualdade e fraternidade. Nós Maçons Brasileiros, muitas vezes citamos Irmãos Estrangeiros como chaves fundamentais para a transformação do mundo, e nos esquecemos de estudar acontecimentos importantes no Brasil e qual a influencia de nossa Augusta Ordem nesses acontecimentos. Visando entender melhor a história da nossa Ordem e sua influencia no Brasil, estou fazendo esse trabalho.

Não há como falar em movimentos históricos e maçonaria no Brasil sem mencionar a inconfidência mineira. Então, primeiro vamos lembrar o que foi esse movimento. Segundo o site Uol Educação(2014):

“A Inconfidência Mineira, também chamada de Conjuração Mineira, foi a conspiração de uma pequena elite de Vila Rica – atual Ouro Preto (MG) -, ocorrida em 1789, contra o domínio português. Desse grupo, fizeram parte intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, dentre os quais estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier, sempre lembrado como principal líder do movimento.

O motivo principal da Inconfidência foi a questão da derrama. Tratava-se de uma operação fiscal realizada pela Coroa portuguesa para cobrar os impostos atrasados. O chamado quinto, como o próprio nome já indica, correspondia à cobrança de 20% (1/5) sobre a quantidade de ouro extraído anualmente. Quando o quinto não era pago, os valores atrasados iam se acumulando. Então, a Metrópole podia lançar mão da ‘derrama’ para cobrar esses impostos, utilizando-se até mesmo do confisco dos bens dos devedores.”.

No Livro “O que você precisa saber sobre maçonaria”, o autor Elias Mansur Neto (2009) transcreve um boletim oficial do GOMG de Sebastião Cardoso, no qual relata que “o primeiro passo para o inicio do movimento de libertação deste país foi dado pelo jovem estudante brasileiro, em Portugal, Jose Joaquim Maia, que se fez conhecer por Vendek, quando em correspondência dirigida a Thomas Jefferson, ministro americano, solicita apoio para o intento de muitos Brasileiros em se libertar do jugo português.”.

Jefferson e Maia se encontraram em 02 de outubro de 1786, quando o americano colocou “Água em seu chope”, já que respondeu a Maia que seria demasiadamente difícil os americanos apoiarem essa empreitada dos jovens brasileiros, há não ser que a Revolução fosse vitoriosa. Estava ai o gérmen da ideia de liberdade.

Depois do inspirador encontro entre o Jovem Brasileiro e Jefferson, Jose Alves Maciel e Domingos Vidal Barbosa, que eram amigos de Maia estavam dispostos a voltar para o Brasil trazendo consigo bons ventos. Infelizmente nesse interim o Brasileiríssimo Maia veio a falecer, o que não impediu seus companheiros de voltarem a terras Tupiniquins.

Ao chegarem ao Brasil, logo foram atraídos pelos conjurados. Tiradentes se encontrou com Maciel no Rio de Janeiro, que lhe falou dos ideais libertários da Europa e da conquista da Independência dos EUA. Tiradentes era um defensor enérgico da liberdade, inclusive muitos amigos lhe alertavam sobre expor demais as ideias, sabia de cor a “declaração de Thomas Jefferson” chegava a se emocionar ao pronunciá-la. Logo estava formada a conjuração que contava com os seguintes membros: Domingos de Abreu Vieira, os padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e Melo, o cônego Luís Vieira da Silva, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, o coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o capitão José de Resende Costa e seu filho José de Resende Costa Filho, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o nosso “Tiradentes”.

A conspiração foi desmantelada no ano da revolução francesa (Seria engraçado se não fosse trágico), ou seja, em 1789. Joaquim Silvério acabou por trair o movimento em troca do perdão de suas dívidas.

Como relata nosso Irmão Nêodo Ambrósio de Castro, Mestre Maçom da ARLS Benso di Cavour nº 28 “Tiradentes as assumia integralmente, com silenciosa e serena bravura. Não constou em nenhum auto nenhuma delação por parte do Alferes ou revelação dos nomes dos seus amigos de causa. Finalmente a 18/04/1792, foi prolatada a primeira sentença, condenando a morte por enforcamento a Tiradentes e mais 10 integrantes do movimento. No dia seguinte, ou seja, em 19/04/1792 na cadeia publica, foi lida a sentença que o declarava único culpado da sedição, quando Tiradentes ouviu sem pestanejar, a sua condenação.” Esse Bravo guerreiro foi enforcado e depois teve sua cabeça cortada e enviada a Vila Rica de modo que servisse de exemplo para quem quisesse conspirar contra El Rei.

Alguns estudiosos poderão se perguntar “Mas o D. João não assumiu a regência só em 1799? Eu vos respondo que oficialmente sim, mas devido aos problemas mentais de sua mãe o mesmo passou a governar o Reino desde de 1792.

Dentre todos esses personagens, os que são listados como maçons são Jose Alves Maciel e Luis Vieira da Silva. Segundo alguns renomados historiadores, dentre os quais Tenório D’Albuquerque, possivelmente Tiradentes ingressara na maçonaria através de José Álvares Maciel, outros, contudo, admitem que José Joaquim da Silva Xavier, quando mascate se fez maçom na Bahia, numa das suas muitas viagens àquela localidade e outros não o reconhecem como tal, mas o importante é que as ideias foram provenientes do modelo de liberdade americano e francês feitos em bases e ideais maçônico, importadas por um Irmão, e foi o que inspirou Grandioso movimento e verdadeiro espírito Maçônico em querer alçar Liberdade, Igualdade e fraternidade.

Na próxima peça falarei do surgimento das lojas maçônicas no Brasil de acordo com a pesquisa feita.

Bibliografia

Peça de Arquitetura: Maçonaria Na Inconfidência Mineira – Nêodo Ambrósio de Castro, M.’.M.’. – ARLS Benso di Cavour nº 28;
Blog e Jornal Macua de Moçambique;
Site Paraiba On line;
Site Uol Educação;
Livro: O Que Você Precisa Saber Sobre Maçonaria – Elias Mansur Neto;
Livro Cultura Geral Maçônica no Brasil e no Mundo – Hailton Meira da Silva.

Por Cloves Gregorio

Cloves Gregorio, 35 anos, casado com a senhora Gislene Augusta, Pai do Menino Átila, Historiador e Professor, Venerável Mestre de Honra (Past) da ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21 Jurisdicionada ao GORJ, Filiada a COMAB. Na Obediência já exerceu os cargos de Grande Secretário Adjunto de Cultura e Ritualística e Grande Secretário Adjunto de Comunicação e Informática.

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