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História da Maçonaria no Brasil

Confederação do Equador – Um Levante do Leão do Norte

“Melhor é pela pátria sofrer mil mortes que ser escravos de déspotas tiranos”

(Panfleto distribuído no movimento confederado) 

Está chegando o dia em que completará 192 anos da morte de um Arauto da Liberdade em nossa pátria, e hoje em homenagem a ele, nós vamos descobrir um pouco o que foi a Confederação do Equador.

O Site da Britannica® Escola (2017), nos esclarece que “A Confederação do Equador foi um movimento político, revolucionário e emancipacionista que ocorreu no Nordeste do Brasil durante o período imperial, em 1824. Começou como uma reação à Constituição outorgada por dom Pedro I no mesmo ano, que mantinha o Brasil a um governo centralizador e dava margem a grande submissão aos portugueses.”, bem, quando falamos de um “movimento político, revolucionário e emancipacionista”, nós lembramos automaticamente de nossa Augusta Fraternidade, pois tem tudo haver com o lema francês importado por nossa Maçonaria Tupiniquim, ou seja, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Panfleto distribuído no movimento confederado. Disponível em: https://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/brasil-monarquico/90-primeiro-reinado/8906-a-confedera%C3%A7%C3%A3o-do-equador-o-movimento. Acesso em Janeiro de 2017.
Contudo não se sabe a fundo qual o real envolvimento da Maçonaria com a Confederação, pois depois da Revolução Pernambucana de 1817 em um alvará de 30 de março de 1818, “El Rei“ proibiu o funcionamento de qualquer sociedade secreta, com um adendo importantíssimo que transcreverei “ficando incursos os que se congregam em lojas”.
Imagem do um documento chamado “Collecção Das Leis”. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/publicacoes/doimperio/colecao1.html. Acesso em Janeiro de 2017.
Leia mais: https://maconaria-tupiniquim.webnode.com/news/confederacao-do-equador-um-levante-do-leao-do-norte/

“Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte”

(Lenine e Paulo Cesar Pinheiro)

As causas principais do movimento foi a centralização política imposta na Constituição de 1824, a forte influência da coroa portuguesa na vida política do Brasil, e o estopim que foi a escolha do governador por D. Pedro I, sendo que a elite de Pernambuco já tinham escolhido o deles. Já os principais objetivos visavam acabar com tráfico de escravos, organizar força de resistências contra o governo, diminuir a influencia do império nas políticas regionais e finalmente a formação de um governo independente na região.

Obra “estudo para Frei Caneca” de Antônio Parreiras

Infelizmente no mesmo ano que ocorreu o Levante, o império logo contra atacou (Heita!!! Que referência!!!), e sob o comando do Almirante britânico Cochrane as forças militares colocaram um ponto final na revolução. Infelizmente, um dos Heróis dessa revolução  que foi o nosso querido Frei Caneca, do qual destacaremos a sua figura nas próximas linhas, foi preso, condenado e morto no ano seguinte.

Frei Caneca (1779-1825)

“Quem bebe da minha ‘caneca’ tem sede de liberdade”

(Frei Caneca)

Em minha santa ignorância, até um tempo atrás Frei Caneca era pra mim apenas uma avenida (pasmem, mas é a triste verdade), mais tarde, descobri que se tratava de um político, jornalista, religioso, patriota apaixonado e acima de tudo um Mártir Brasileiro, um guerreiro da Liberdade, e lutar por ela é premissa fundamental para ser um bom Maçom.

Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca nasceu em Recife. Filho de Tanoeiro, acabou incorporando apelido que ganhou da profissão do pai em seu nome, alguns autores chegam a afirmar que ele vendia canecas pelas ruas de sua cidade. Foi educado no Seminário de Olinda, considerado berço de ideias liberais, professou votos no Convento do Carmo. Segundo o padre Dias Martins em sua Obra “Mártires Pernambucanos”, em 1801, Caneca já ordenado foi iniciado na Loja Academias de Suassuna, já o Irmão João Ferreira Durão diz em seu livro “Pequena História da Maçonaria no Brasil” que ele foi iniciado no Areópago de Itambé, mas não informa o ano. O Frei participou também ativamente da Revolução Pernambucana, levante de caráter emancipacionista em 1817 e neste mesmo ano foi preso e levado a Salvador, onde cumpriu pena até 1821.

Quando foi libertado, o Frei voltou a Pernambuco, onde tornou-se professor de geometria, filosofia e retórica. Fundou também um jornal de oposição ao governo com idéias iluministas e revolucionárias (Typhis Pernambucano). Em julho de 1824, Caneca junto com outros líderes Pernambucanos, tais como Cipriano Barata e Manuel de Carvalho Paes, formaram a Confederação do Equador.  A Província chegou a ser conhecida como “Leão-do-Norte”, mas da ascensão a queda foi rápido, esse movimento acabou sendo desmantelado em setembro do mesmo ano e o nosso Frei Caneca capturado em 29 de novembro.

Em 13 de Janeiro de 1825 nosso valoroso Irmão Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca seria enforcado na frente do Forte das Cinco Pontas se não tivesse um pequeno problema, ninguém queria executar o amado Frei, sendo assim acabaram mandando nosso Herói para o fuzilamento. Como já dizia “V” da obra “V de Vingança”, escrita por Alan Moore “Ideias são a prova de balas”, sendo assim o maior legado que o Frei deixou foi a Liberdade e o amor a pátria.

Bibliografia

Imagem de Capa – Bandeira dos Confederados

Por Cloves Gregorio

Cloves Gregorio, 37 anos, casado com a senhora Gislene Augusta, Pai do Menino Átila, Historiador, Professor e editor de livros, Venerável Mestre de Honra (Past) da ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21 Jurisdicionada ao GORJ, filiada a COMAB. Na Obediência já exerceu os cargos de Grande Secretário Adjunto de Cultura e Ritualística e Grande Secretário Adjunto de Comunicação e Informática.

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